terça-feira, 24 de setembro de 2013

Toca a cavar, nada se faz sem trabalho !

Aos 38 anos de idade, penso no que já vivi, nas pessoas que já passaram na minha vida, os que já partiram e os ensinamentos e memórias que me deixaram.
A minha infância foi vivida a ouvir o meu avô dizer que se tinha de ir para a "reforma agrária", que o futuro estava na terra, que tudo o que vinha da terra é que era bom, que fazia bem, que só deveríamos comer o que a terra nos decidia dar.
Sempre gostei de ver as coisas a crescer, sempre gostei de hortas, sempre quis aprender, infelizmente nunca o fiz.
Com o passar dos anos, a sociedade de consumo sofreu alterações, os nossos hábitos alteraram-se muito (para pior, devo dizer...) , deixamos de cavar a terra e passámos a meter as "verduras"  no cesto de qualquer supermercado, as mercearias de bairro praticamente desapareceram, e os grandes espaços comerciais aumentaram a oferta de tudo o que precisávamos,  tudo em nome do progresso.
Como anteriormente escrevi, sempre quis aprender, nunca o fiz...
Um dia, dou comigo a olhar para cerca de 70 m2 de terreno na minha vivenda, que se encontravam  completamente ao abandono, rodeados de tudo o que possam imaginar e mais qualquer coisa, e pergunto-me se isto,  teria mesmo de estar assim?

O terreno em estado "virgem"

Claro que não !
Havia tanta gente que queria um bocadinho de terreno para plantar uma coisinhas e eu com um espaço que, não sendo grande, era razoável,  completamente ao abandono. Estava ali à minha frente, só tinha de começar a cavar...
Contei com a ajuda do meu amigo José Carlos Pereira que me ajudou, ensinou o que se fazer e como o fazer, e decidimos deitar mãos à obra !
Ao fim da primeira limpeza, o terreno começou a recuperar a sua forma original, ficou na realidade muito maior, começava a parecer-se com alguma coisa.

Após a primeira limpeza

Estávamos em princípios de Abril de 2012,  aquilo para mim era uma perfeita novidade, não fazia a mínima ideia do que plantar ou semear e principalmente como o fazer.
Foi aí que aprendi que haviam sementeiras de Inverno, de Verão, o que é que se dava bem com determinado tempo, o que é que não se podia colocar na terra no Inverno, etc, etc...
Decidimos continuar a limpar, a cavar a terra para a deixar minimamente apresentável e pronta para receber os primeiros contemplados que iriam fazer parte da sementeira de Verão.
Depois de muito limpar, muito cavar, muito suor e cansaço,  chegámos a este nível de preparação de terra.

A terra cavada e remexida a descansar

A primeira parte estava feita, custou mas foi !
Um misto de sentimentos teimavam em não me querer abandonar, a terra assim, tinha outro valor, outro sentido, outra vida...